23 de outubro de 2009


Vista da minha casa, 23/10/2009 às 16:25 - Baía de Guanabara e Niterói ao fundo
Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo
Fernando Pessoa
Hoje que a tarde é calma e o céu tranquilo,
E a noite chega sem que eu saiba bem,
Quero considerar-me e ver aquilo que sou,
e o que sou o que é que tem.
Olho por todo o meu passado e vejo
Que fui quem foi aquilo em torno meu,
Salvo o que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu.
Como as páginas já relidas, vergo
Minha atenção sobre quem fui de mim,
E nada de verdade em mim albergo
Salvo uma ânsia sem princípio ou fim.
Como alguém distraído na viagem,
Segui por dois caminhos par a par
Fui com o mundo, parte da paisagem;
Comigo fui, sem ver nem recordar.
Chegado aqui, onde hoje estou, conheço
Que sou diverso no que informe estou.
No meu próprio caminho me atravesso.
Não conheço quem fui no que hoje sou.
Serei eu, porque nada é impossível,
Vários trazidos de outros mundos, e
No mesmo ponto espacial sensível
Que sou eu, sendo eu por `'star aqui ?
Serei eu, porque todo o pensamento
Podendo conceber, bem pode ser,
Um dilatado e múrmuro momento,
De tempos-seres de quem sou o viver ?

21 de outubro de 2009

Poesia do meu santo dia!



2 de julho de 2008

Circunstâncias

Então você quer conhecer o ambiente
Ver primeiro como é o lugar

Pensamentos de vida
Pensamentos de morte
Quais devemos seguir?

Talvez os da vida
Com um pouco de sorte
Ou quem sabe os da morte
Para sobreviver

Vida, sempre vida?
Morte, sempre morte?

Abram os dicionários, se preferirem
E ainda continuarei dizendo

Morte aos desejos súbitos de dor
Vida aos que não lhe têm amor