19 de janeiro de 2010

Poesia da Senadora Marina Silva, extraída da Revista Piauí, Janeiro 2010

De Marias, de Amélias e de Madalenas

No sofrimento somos Maria

Mãe de um Deus assassinado

Marias sem alegria

Dor sem futuro ou passado

Na renúncia somos Amélia

De uma triste verdade

Amélias sem sonho

Desejo ou vontade

No preconceito, Madalena

Nas praças apedrejada

Madalenas: ao pecado

E à culpa predestinadas

Só no amor temos os nomes

E as formas de nossa estima:

Velha mãe, jovem formosa

E, eternamente, menina.

2 comentários:

Moniquinha disse...

Oi Marcia!! Obrigada pela visita.
Lendo esse poema da senadora, lembrei que tenho um no mesmo teor, acho que o grito que vem do útero feminino tem várias vozes, mas o clamor é sempre o mesmo não?

"Marias"

Marias cheias de graça
de vidas sem graça
e olhares perdidos
Benditos os vossos ventres
e benditas sois
entre os homens
gerando filhos do mundo

Marias, mães sem destino
que aos céus entonam seus hinos
em vida, agonia e morte
Seu ventre profana o santo
perde do amor o encanto
e em vida sonha,
Maria.

Amém.

Beijos!!

Marcia PoeTree disse...

De nada Moniquinha! Muito obrigada por comentar. "Marias" representa muitas mulheres nesta vida! Valeu!